Atacante do Corinthians é eleito jogador mais chato pelos
colegas e não se pronuncia. Gringos
Valdivia e D'Alessandro vêm na
cola: provocadores
Por Alexandre Lozetti
São Paulo
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O GLOBOESPORTE.COM e a revista "
Monet"
fizeram uma pesquisa com 334 jogadores. Nos últimos dias, revelaram
suas preferências, gostos, quem são seus favoritos a craque, artilheiro,
mais violento do Campeonato Brasileiro. Escolheram seus reforços
preferidos, a comida mais gostosa, quais os maiores obstáculos da
competição e votaram em seus times do coração.
Do questionário, é possível tirar várias conclusões. Uma delas: como tem chato no futebol!
Jorge Henrique escapa de Thiago Feltri em vitória sobre o Vasco (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Uma das perguntas feitas era: "Quem é o jogador mais chato do futebol
brasileiro?" Apesar de 144 terem optado por não responder, 63 atletas
foram citados, maior índice entre todas as questões do formulário. E
numa diferença apertada, o corintiano Jorge Henrique "venceu". Recebeu
33 votos, contra 25 do palmeirense Valdivia, 24 do colorado
D'Alessandro, 11 do santista Neymar e cinco de Domingos, atualmente sem
clube.
Jorge Henrique ficou pouco à frente de Valdivia e D'Alessandro na disputa pelo mais chato (Foto: Infoesporte)
Campeão segundo os companheiros, Jorge Henrique não quis se pronunciar.
Chatice? De acordo com sua assessoria de imprensa, não. Alegam que o
atacante do Timão é recluso, não se sente à vontade em reportagens. Bem
diferente do que é em campo, onde fica bem "soltinho" para fazer os
rivais perderem os fios de cabelo.
Algumas imagens valem mais do que mil palavras. Na última quarta-feira,
Jorge Henrique estava sentado no chão após choque com Eder Luis. Depois
de trocarem palavras não muito gentis, se levantou, encarou o
adversário e chegou a encostar sua cabeça na do vascaíno, que desabou no
gramado. O árbitro Leandro Vuaden deu cartão amarelo para os dois.
Quem fez
parte da
pesquisa |
Quem não
fez parte da
pesquisa |
América-RN, Atlético-GO, Atlético-MG, Atlético-PR,
Barueri, Boa
Esporte,
Botafogo,
Bragatino,
Ceará,
Corinthians,
Criciúma,
Flamengo, Fluminense,
Goiás, Guarani, Guaratinguetá, Náutico, Ponte
Preta,
Portuguesa,
Santos, São Caetano, São
Paulo e Sport |
ABC, América-MG, Avaí, Bahia, CRB, Cruzeiro, Figueirense, Grêmio, Internacional, Ipatinga,
Palmeiras, Vasco e Vitória. Até o fechamento desta matéria, não estavam cumputados os votos de ASA, Coritiba,
Joinville e Paraná, os últimos
a chegar |
Além de "chata", a classe também revelou um certo corporativismo.
Apesar da insistência, ninguém quis falar abertamente sobre a vitória de
Jorge Henrique ou nem mesmo o equilíbrio da disputa, que também deu
destaque aos gringos Valdivia e D'Alessandro. Nem mesmo o técnico Tite,
que disse não se sentir bem, já que o comandado preferiu o silêncio.
Em off, os boleiros abrem o jogo. Afirmam que o trio provoca o
adversário, fala muito durante o jogo, se joga teatralmente no chão a
cada dividida, reclama com a arbitragem o tempo todo. Já o zagueiro Dedé
preferiu levar a expressão "chato" para o lado bom, e citou o amigo
Neymar.
- Um Neymar da vida é um jogador chato. Um jogador que improvisa, não
pensa para fazer as coisas, elas saem na hora. Está em todo lugar do
campo. O jogador chato é habilidoso. Não fala nada, se tomar uma porrada
pega a bola e vai para cima do zagueiro. Esse é o pior jogador para se
enfrentar - definiu o vascaíno, numa prova de que o critério adotado
pelos eleitores também varia.
Chute no vácuo é sinônimo de chatice
O chute no vácuo popularizado pelo chileno Valdivia se transformou em
argumento de muitos para escolherem o mais chato do país. Na última
rodada do Campeonato Brasileiro de 2011, inclusive, o feitiço virou
contra o feiticeiro e criou um embate entre os mais "malas". No início
do segundo tempo, o meia alviverde foi expulso após deixar o braço no
rosto de Jorge Henrique
(veja vídeo ao lado), que depois, a instantes de ser campeão, imitou o rival e chutou o ar
(veja vídeo abaixo).
- Só retribuí o carinho que ele teve com a gente - ironizou o atleta do Timão.
- O árbitro caiu na pressão da torcida. Foi uma dividida - defendeu-se o Mago, falando da expulsão.
Mas não é só quem chuta o vazio que irrita os adversários. Houve votos
inusitados entre os atletas das Séries A e B do Brasileirão. Alguns
citados nem vão disputar a competição, casos do argentino Tevez, campeão
inglês pelo Manchester City (ING). Sua passagem pelo Corinthians, em
2005/06, lhe rendeu quatro votos.
Conca, do Guangzhou (CHN), e Cristian, do Fenerbahçe (TUR), também
foram lembrados com dois votos cada, mesmo número do aposentado
Marcelinho Carioca. E inusitados, mesmo, foram duas indicações: uma que
generalizou e votou em todos os argentinos como mais chatos, e outra
para o volante italiano Gattuso, que recentemente deixou o Milan e é
conhecido por sua raça e os carrinhos nem sempre na bola.
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