Problemas de visibilidade do estádio Independência vão ficar sem solução

Cerca de seis mil assentos sem visão ou com visibilidade reduzida do gramado vão continuar com preços dos ingressos reduzidos à metade

Por Lucas Catta Prêta Belo Horizonte

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A promessa era de um estádio de "nível internacional". Os constantes atrasos na entrega da obra eram usados como argumento para "melhorias e adequação do projeto". No entanto, não é isso que aconteceu com o estádio Independência, reinaugurado no último dia 25 de abril, após um período de mais de dois anos em reforma. O custo total, de quase R$ 150 milhões, foi pago pelo governo de Minas Gerais. No entanto, antes mesmo da reabertura para os eventos, havia sido constatado que o estádio teria problemas de visibilidade em cerca de seis mil assentos, praticamente 25% da capacidade total, situação que não obedecia aos padrões recomendados pela Fifa, com relação ao conforto dos estádios.
Após estudos realizados por um grupo voluntário, que apresentou propostas para minimizar o problema, foi decidido que nenhuma das medidas será adotada.

Visão do segundo nível de cadeiras do Independência (Foto: Lucas Catta Prêta / Globoesporte.com)

Esses estudos, que se juntarão ao feito pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Minas Gerais (Crea/MG), serão encaminhados ao Ministério Público do estado, que terá um prazo de dez dias para análise. O consórcio que administra o Independência confirmou que três medidas propostas foram descartadas:
* Proposta um: diminuir as grades, que, atualmente, têm 1,10m para grades de 1m. Caso a solução escolhida fosse essa, o custo seria de R$ 1,2 milhão.
* Proposta dois: retirar todas as grades de 1,10m e colocar, no lugar, proteções de vidro, na mesma altura. O custo seria de R$ 8 milhões.
* Proposta três: manter a altura das grades em 1,10m. Porém, a intenção era cortá-las, produzindo um vão de 35 cm. O custo dessa medida seria de R$ 3,2 milhões.
A Arena Independência, em nota, garante que continua os estudos para solucionar o problema:
"A Arena Independência participou, de forma ativa, dos estudos concernentes ao guarda-corpo. Entretanto, como nenhuma das soluções técnicas apresentadas foi plenamente satisfatória, entendeu o Ministério Público Estadual por manter a solução jurídica, nos moldes inicialmente estabelecidos. Neste sentido, a Arena Independência acata a decisão, com o respeito que lhe é devido, salientando que a submeterá aos membros do Grupo Consultivo da Arena Independência e aos clubes afetados, no intuito de que possam, em conjunto, analisar se o percentual estabelecido como redução não pode ou deve ser alterado. Caso surja uma nova proposta, a mesma será levada à apreciação do Ministério Público para rediscussão".
Porém, enquanto nenhuma medida é efetivamente tomada, ficou mantida a situação atual, com a redução dos valores dos ingressos nos setores afetados.
Abaixo, trecho da nota divulgada pelo Ministério Público
"Tendo em vista a persistência do problema de visibilidade (vício na prestação se serviço) as determinações jurídicas em relação aos preços dos ingressos para aqueles setores ficam mantidas: 1) reduzir em 50% o valor do ingresso referente aos assentos localizados na arquibancada (setor: anel inferior), respeitados os direitos de meia-entrada (idoso e estudante); 2) disponibilizar, no ingresso confeccionado para o anel superior, as informações particularizadas sobre a deficiência do serviço; 3) assegurar que, no momento da aquisição do ingresso por meio eletrônico ou bilheteria, o torcedor tenha acesso a imagens que possibilitem ter noção da visibilidade do assento adquirido; 4) não comercializar ingressos referentes aos assentos da primeira fileira física do anel intermediário; 5) informar qualquer interessado na comercialização/locação do espaço sobre as limitações ora impostas, recusando a locação do espaço em caso de discordância do interessado”.