Os momentos finais do GP do Canadá foram extremamente emocionantes e viram um show de Lewis Hamilton. Com ultrapassagens decisivas sobre Sebastian Vettel e Fernando Alonso nas últimas dez voltas, o inglês venceu pela terceira vez no GP do Canadá, assumiu a liderança do Campeonato Mundial e se tornou o sétimo vencedor diferente da temporada de 2012
FERNANDO SILVA [@Fernando_Silva7], de Sumaré
RENAN DO COUTO [@renandocouto], de São Paulo
Sete corridas, sete vencedores, e segue
imprevisível a temporada de 2012 da F1. Com uma ultrapassagem no final
da 64ª de 70 voltas, Lewis Hamilton superou Fernando Alonso para
conquistar uma vitória mais do que emocionante no GP do Canadá, na tarde
deste domingo (10), em Montreal. O britânico fez uma parada a mais que
Sebastian Vettel e Alonso, mas, com pneus novos no trecho final, era 1s
por volta mais rápido que os rivais. Com a bandeira do Reino Unido nas
mãos, o mais novo líder do Mundial — com 88 pontos, dois a mais que
Fernando e três a mais que Sebastian — comemorou muito seu 18º triunfo
na categoria máxima do automobilismo.
No
duelo de campeões mundiais, Hamilton passou por Vettel — que logo na
sequência desistiu e foi aos boxes para colocar um novo jogo de pneus
supermacios — e partiu, então, para cima da Ferrari do espanhol que, sem
velocidade de reta e lutando contra a asa móvel da McLaren, foi presa
fácil. Uma das vitórias mais difíceis da carreira de Hamilton, sua
terceira no Canadá, e a terceira consecutiva da escuderia de Woking no
circuito de Montreal.
Nas
seis voltas que se seguiram à ultrapassagem de Hamilton, Alonso, com os
pneus completamente gastos, que usava desde a volta 19, não resistiu e
perdeu outras três posições. Primeiro, para Romain Grosjean, da Lotus,
depois para Sergio Pérez, da Sauber, que voltaram a subir ao pódio em
2012 — é a segunda vez que cada um deles fica entre os três primeiros.
Por fim, Vettel, que demonstrou ter acertado ao fazer um segundo
pit-stop, também passou pela Ferrari e terminou na quarta posição. O
espanhol foi apenas o quinto.
Para
os brasileiros, um GP do Canadá sem grandes acontecimentos. Largando em
sexto, Felipe Massa começou bem e fez uma bela ultrapassagem sobre Nico
Rosberg na segunda volta, mas rodou sozinho pouco depois e perdeu
várias posições. No fim, conseguiu beliscar um pontinho por terminar na
décima posição. Já Bruno Senna, com uma Williams fraca nesta sétima
etapa, não fez nada demais e ficou apenas em 17º, uma volta atrás de
Hamilton.
Saiba como foi o GP do Canadá de F1, em Montreal
De forma até surpreendente, a largada e a
passagem pela primeira curva do circuito Gilles Villeneuve foi feita
sem problemas por todos os pilotos. As posições foram mantidas entre os
seis primeiros. Di Resta passou Grosjean e garantiu o sétimo posto.
Senna cruzou a linha de chegada em 15º. Massa manteve o sexto lugar, mas
muito próximo de Rosberg.
Vettel abriu vantagem razoável para
Hamilton, 1s4. Massa, muito bem, conseguiu passar Rosberg por fora na
chicane que antecede a reta dos boxes no fim da segunda volta, assumindo
assim uma boa quinta colocação. Senna, por sua vez, não conseguia
encontrar um bom rendimento e foi superado por Kovalainen, caindo para
16º lugar.
O nome do começo da prova era Di Resta.
Em grande forma, o escocês abriu caminho e, com o auxílio da asa
traseira móvel, conseguiu ultrapassar Rosberg, claramente com ritmo de
corrida inferior aos adversários do topo. O jovem da Force India subiu
para sexto, tendo um início de prova bastante animador.
Massa também vinha bem, em quinto, mas
cometeu um erro na saída da curva 1 na abertura da quinta volta, perdeu a
traseira e rodou com sua Ferrari. O prejuízo foi enorme, já que o
brasileiro caiu para 12º, voltando entre os dois carros da Sauber:
Kobayashi na frente, Pérez em 13º. Na mesma volta, Senna também cometeu
um erro e caiu para 19º, sendo superado por Vergne, Ricciardo e por seu
companheiro de equipe, Maldonado, que vinha em franca reação após ter
largado em 22º.
Lá na frente, Vettel até conseguia se
manter na ponta, mas não conseguia abrir vantagem para Hamilton que,
lentamente, chegava mais próximo do alemão, virando alguns décimos mais
rápido que o bicampeão do mundo. Alonso vinha um pouco mais atrás, mas
não indicava ter condições de lutar pela vitória.
Na volta 12, Massa abriu a primeira
janela de pit-stops em Montreal, substituindo os seus pneus supermacios
por compostos macios. Entre os ponteiros, Di Resta, em quinto, tinha
ritmo mais lento que os adversários, já que seus pneus estavam bastante
desgastados. Tanto que, uma volta depois de Felipe, o escocês e
Schumacher fizeram suas respectivas paradas.
Hamilton definitivamente tinha ritmo de
corrida melhor que Vettel, que já estava sofrendo com o desgaste dos
pneus. Melhor que os dois só Alonso, que conseguia rodar abaixo de
1min20s naquele momento. Outro que vinha bem era Rosberg, que já não
tinha mais Di Resta pela frente e, com pista limpa, fez a então melhor
volta da prova, com 1min19s536.
Sem condições de permanecer na pista,
Sebastian teve de ir para os boxes na volta 16 para fazer sua troca.
Hamilton assumiu a ponta, e Vettel voltou à pista em quinto. Na volta
seguinte, foi a vez de Lewis, pressionado por Alonso, realizar seu
pit-stop, sendo seguido por Webber. No retorno a pista, o britânico
voltou à frente de Vettel, na quarta colocação, mesmo perdendo certo
tempo na saída dos boxes.
Aproveitando o fato de ter ficado com a
pista livre, Alonso forçou o ritmo, fez duas voltas muito rápidas antes
de fazer seu pit-stop, no giro 19. O espanhol conseguiu voltar à frente
de Hamilton e de Vettel, em segundo lugar. Naquele momento, Grosjean
ocupava a liderança momentânea da prova. Entretanto, Fernando não
suportou a pressão de Hamilton que, no fim da volta, na grande reta,
usou a asa móvel para superar o piloto da Ferrari e subir para segundo,
seguido por Alonso e Sebastian. Uma volta depois, na 20ª, foi a vez de
Romain realizar sua parada, e, a partir de então, as posições reais
foram reestabelecidas em Montreal.
Com pista livre à frente, Hamilton exibiu
a grande forma da McLaren e abria boa vantagem para Alonso. Na volta
28, Lewis fizera a então melhor volta da corrida, com 1min18s455, e
conseguiu abrir 3s4 de frente para o piloto da Ferrari. Vettel tentava
se aproximar do espanhol, que defendia bem a segunda colocação. Mais
atrás, Räikkönen e Pérez, com estratégia diferente, se mantinham na
pista, ambos com pneus macios, ainda sem terem efetuado seus respectivos
pit-stops.
Aos poucos Massa vinha mostrando bom
trabalho e, na medida do possível, estava reagindo. Felipe ocupava o
nono lugar, próximo de Grosjean, oitavo. Senna, entretanto, seguia
decepcionando e, em 20º, não conseguia passar as Caterham de Kovalainen e
Petrov, ambos com velocidade final melhor que a Williams de Bruno.
A colocação parcial da prova, na volta
35, exatamente a metade da corrida, era: Hamilton, Alonso, Vettel,
Räikkönen, Pérez, Webber, Rosberg, Grosjean, Massa e Di Resta no rol dos
dez primeiros, Rosberg tinha a volta mais rápida, com 1min17s972.
Senna, por sua vez, permanecia em 20º, logo atrás dos carros da Caterham
de Kovalainen e Petrov. Apenas Pedro de la Rosa e Narain Karthikeyan,
da HRT, abandonaram a prova até aquele momento.
A partir daquele momento a corrida
adquiriu um ritmo mais monótono, sem tantas brigas por posições,
indicando um jogo de xadrez no quesito estratégia. Com exceção de Pérez e
Räikkönen, todos os outros 20 pilotos ainda remanescentes na corrida
indicavam uma tática de duas paradas.
Kimi retardou ao máximo seu pit-stop. A
Lotus optou por chamá-lo apenas na volta 40. Dessa forma, o finlandês
teria de resistir na pista por 25 voltas com os compostos supermacios,
mais rápidos, mas, ao mesmo tempo, bem menos duráveis que os pneus
macios. Pérez, exatamente no giro seguinte, também realizou a sua
parada, voltando imediatamente atrás de Rosberg e à frente de Räikkönen,
ganhando a oitava colocação em Montreal.
Michael Schumacher teve mais uma corrida
discreta na temporada. O heptacampeão mal apareceu nas câmeras, até que
aconteceu um problema inusitado, mais um desses azares que atormentam o
veterano da Mercedes em 2012. A asa traseira móvel do W03 de Schumacher
simplesmente não fechava. Depois de os mecânicos do time alemão tentarem
literalmente resolver o problema na porrada, e sem sucesso, Michael
teve de abandonar a prova, permanecendo com míseros dois pontos em sete
provas do Mundial.
Tranquilo na liderança, Hamilton fez sua
segunda parada na volta 50. Só que a McLaren mais uma vez errou na
parada do britânico, mais precisamente no pneu traseiro direito, levando
a musa — e noiva de Lewis —, Nicole Scherzinger ao desespero em
Montreal. Para descontar o tempo perdido no pit-lane, o piloto acelerou o
que pôde e fez, no giro 52, a volta mais rápida da prova no momento,
com 1min17s135. Alonso ainda ocupava a liderança, com Vettel em segundo e
Hamilton completando o top-3.
Enquanto Lewis era a grande estrela do GP
do Canadá, Jenson Button só dava sequência à má fase na temporada que
teve como único grande momento a vitória no GP da Austrália. Com o mesmo
carro de Hamilton, Button levou uma volta do líder, Alonso, tendo um
ritmo de corrida inexplicável com um carro com o potencial da McLaren.
Com Alonso e Vettel à frente, restava
saber se ambos fariam mais uma parada. Hamilton, com pneus macios mais
novos, virava 1s mais rápido que Fernando, indicando claramente que
tinha o melhor carro da prova e provando que sua estratégia estava
correta. Massa, com a mesma estratégia de Alonso, também sucumbiu ao
desgaste dos pneus e perdeu posições para Pérez, Rosberg e Webber. O
brasileiro não resistiu e foi aos boxes na volta 59 para colocar novos
pneus macios.
Faltando dez voltas para o fim da prova,
já não havia diferença de Hamilton para Vettel, o segundo. A
ultrapassagem era questão de tempo. A briga entre Lewis e o bicampeão do
mundo era benéfica para Alonso, que conseguiu escapar um pouco na
frente.
E não teve nem graça. Com a ajuda da asa
traseira móvel, Hamilton passou fácil por Vettel na grande reta do
circuito Gilles Villeneuve, tendo só Alonso à sua frente. Lewis estava
cada vez mais próximo de sua primeira vitória na temporada e,
principalmente, da redenção da McLaren no ano e de colocar um sétimo
vencedor diferente em sete corridas em 2012, tornando, definitivamente,
um campeonato lendário.
Com o vencedor praticamente definido,
Alonso tinha de tomar cuidado com a perigosa aproximação de Grosjean.
Mas, com os pneus extremamente desgastados, Fernando não foi páreo para o
piloto da Lotus que, assim como Hamilton, fez sua ultrapassagem no fim
da grande reta graças ao auxílio da asa móvel.
Como um guerreiro, Alonso tentava
o máximo possível de pontos para manter a liderança do campeonato. Mas
Fernando não contava com a astúcia de Pérez que, com seus pneus
supermacios, tirou quase 10s em três voltas e, no giro 67, fez a
ultrapassagem e posicionou a Sauber no top-3 do GP do Canadá, vindo para
seu segundo pódio na carreira. Alonso também não resistiu a Vettel,
que, de maneira tardia, fez seu segundo pit-stop e conseguiu amenizar o
prejuízo depois de ter começado a prova como maior favorito à vitória.
E
não teve mesmo para ninguém em Montreal. Em um circuito que parece ter
sido feito sob medida para a McLaren, Hamilton manteve a ponta com
autoridade e, na base da estratégia, celebrou sua 18ª vitória na
carreira, a primeira em 2012, a sétima de um piloto diferente após sete
corridas na temporada. De quebra, o britânico assumiu a liderança do
Mundial de F1 com 88 pontos, dois a mais que Alonso e três a mais que
Vettel. Grosjean e Pérez, brilhantes, completaram o jovem pódio em
Montreal. Alonso resistiu bravamente ao desgaste dos pneus e conseguiu
um quinto lugar.
F1, GP do Canadá, circuito Gilles Villeneuve, corrida, final:|
|
|
|
|
|
|
|
Paradas
|
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|
1
|
Lewis HAMILTON
|
ING
|
McLaren Mercedes
|
1:32:29.586
|
70 voltas
|
2
|
|
|
|
|
2
|
Romain GROSJEAN
|
FRA
|
Lotus Renault
|
+2.513
|
|
1
|
|
|
|
|
3
|
Sergio PÉREZ
|
MEX
|
Sauber Ferrari
|
+5.260
|
|
1
|
|
|
|
|
4
|
Sebastian VETTEL
|
ALE
|
Red Bull Renault
|
+7.295
|
|
2
|
|
|
|
|
5
|
Fernando ALONSO
|
ESP
|
Ferrari
|
+13.411
|
|
1
|
|
|
|
|
6
|
Nico ROSBERG
|
ALE
|
Mercedes
|
+13.842
|
|
2
|
|
|
|
|
7
|
Mark WEBBER
|
AUS
|
Red Bull Renault
|
+15.085
|
|
2
|
|
|
|
|
8
|
Kimi RÄIKKÖNEN
|
BEL
|
Lotus Renault
|
+15.567
|
|
1
|
|
|
|
|
9
|
Kamui KOBAYASHI
|
JAP
|
Sauber Ferrari
|
+24.432
|
|
1
|
|
|
|
|
10
|
Felipe MASSA
|
BRA
|
Ferrari
|
+25.272
|
|
2
|
|
|
|
|
11
|
Paul DI RESTA
|
ESC
|
Force India Mercedes
|
+37.693
|
|
2
|
|
|
|
|
12
|
Nico HÜLKENBERG
|
ALE
|
Force India Mercedes
|
+46.263
|
|
2
|
|
|
|
|
13
|
Pastor MALDONADO
|
VEN
|
Williams Renault
|
+47.052
|
|
1
|
|
|
|
|
14
|
Daniel RICCIARDO
|
AUS
|
Toro Rosso Ferrari
|
+1:04.475
|
|
2
|
|
|
|
|
15
|
Jean-Éric VERGNE
|
FRA
|
Toro Rosso Ferrari
|
+1 volta
|
|
3
|
|
|
|
|
16
|
Jenson BUTTON
|
ING
|
McLaren Mercedes
|
+1 volta
|
|
3
|
|
|
|
|
17
|
Bruno SENNA
|
BRA
|
Williams Renault
|
+1 volta
|
|
1
|
|
|
|
|
18
|
Heikki KOVALAINEN
|
FIN
|
Caterham Renault
|
+1 volta
|
|
2
|
|
|
|
|
19
|
Vitaly PETROV
|
RUS
|
Caterham Renault
|
+ 1 volta
|
|
2
|
|
|
|
|
20
|
Charles PIC
|
FRA
|
Marussia Cosworth
|
+2 voltas
|
|
1
|
|
|
|
|
|
Timo GLOCK
|
ALE
|
Marussia Cosworth
|
57 voltas
|
|
|
Michael SCHUMACHER
|
ALE
|
Mercedes
|
34 voltas
|
|
|
Pedro DE LA ROSA
|
ESP
|
HRT Cosworth
|
25 voltas
|
|
|
Narain KARTHIKEYAN
|
IND
|
HRT Cosworth
|
23 voltas
|
|
|
Melhor volta
|
|
|
|
|
|
|
|
Sebastian VETTEL
|
ALE
|
Red Bull Renault
|
|
1:15.752
|
volta 70
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Tempo
|
|
|
|
|
|
|
|
SOL
|
|
ar: 28-29ºC | pista: 39-45ºC
|
|
|
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